Segundo capitulo da série: Biografia de Walt Disney

Walt Disney e seu personagem favorito

Clique aqui se você perdeu o primeiro capitulo da série.

Primeiro Capitulo: A Fuga part. 2

Réplica da casa onde Walt Disney morou no Missouri

Walt Disney se lembraria de Marceline, Missouri. Ele se lembraria dela mais vividamente que qualquer outra coisa de sua infância, talvez mais do que qualquer outro lugar em toda sua vida.

“Marceline foi a parte mais importante na vida de Walt”, disse sua esposa. “Ele não viveu muito tempo lá. Viveu em Chicago e Kansas City por muito mais tempo. Mas havia alguma coisa na fazenda que foi muito importante para ele”. Ele se lembraria da chegada da família – “Eu me recordo claramente de todos os detalhes”, diria mais tarde.

Walt Sempre recordaria a fazenda pelo prisma da imigração de uma criança e sempre pensaria nela como um paraíso, apesar de seu tamanho modesto. Brincadeiras não faltavam: havia raposas, coelhos, esquilos e guaxinins. E havia passarinhos. Dos 45 acres, cinco eram ocupados por um pomar, onde havia macieiras, pessegueiros e ameixeiras, além de videiras e amoreiras. “Tínhamos tipos de maçãs de que nunca se ouviu falar” recordou-se Walt. ” Era simplesmente um paraíso para as crianças da cidade” disse Roy, exatamente o que Elias pretendia que fosse.

E porque a casa ficava no campo, tudo parecia celestial, mesmo quando não era. A casa de fazenda de um andar em que os Disney viviam era de construção grosseira, tão apertada que a sala de estar nos fundos teve de ser convertida em quarto de dormir para Herbert e Ray. Mas rodeada de vegetação, “um lugar muito bonito” disse a tia de Elias. Walt disney recordou, “qualquer coisa que tivesse ligação com Marceline era um prazer para nós”.

Ruth e Walt

Walt sempre se referia a essa época como seus dias lenientes. Ele não entrou para a escola aos sete anos, porque, segundo contou, não havia ninguém para levá-lo e porque sus pais decidiram que poderia esperar mais um ano para acompanhar sua irmã, Ruth, quando ela fosse à escola.

Mas, de qualquer maneira, a escola não lhe pareceu muito atraente, exceto como um palco para atuar e sua única recordação da educação em Marceline  foi uma traquinagem: quando sua professora pediu que as crianças trouxessem varas finas e flexíveis para usar nos estudantes de mau comportamento, Walt, disfarçadamente, pôs uma vara mais grossa de madeira sobre a mesa dela, sabendo, segundo confessou, que arrancaria risadas dos colegas, e foi castigado pela professora com a citada vara.

Quando não estava na escola ou na fazenda, frequentemente passava as tardes pescando com os garotos da vizinhança. No inverno, deslizavam de trenó ou esquis no rio congelado, fazendo uma fogueira na margem para se aquecerem. Até os domingos não eram mais exclusivamente dedicados à igreja e à escola porque não havia igreja Congregacional em Marceline. Em vez disso, os Disney passavam o dia na casa de Taylor, pouco adiante, na mesma estrada, onde Elias tirava o violino do estojo e tocava com os vizinhos.

Mas Walt não amaria, lembraria e manteria vivas pelo resto de sua vida apenas as recordações da impressão acolhedora de Marceline ou dos ritos culturais de passagens que lá experimentou; ele lembraria também do espírito de comunidade. Em Marceline as pessoas se preocupavam; ele lembraria também do espirito de comunidade. Em Marceline as pessoas se preocupavam e eram tolerantes umas com as outras, ” Tudo era feito com a ajuda da comunidade”, recordou Walt.

Não seria apenas da comunidade que ele se lembraria. Durante o tempo em que morou em Marceline, pela primeira e última vez, a numerosa família Disney foi presente na vida de Walt,e  ele, claramente, sentia prazer com a atenção dos parentes. As frequentes visitas de tio Robert à propriedade de Elias eram, por sua vez, lembretes das pretensões em família.

Robert saltava do trem como se fosse um rei e era exatamente como agia em relação ao irmão mais velho. Ele mantinha uma carruagem na fazenda de Elias e esperava que este fosse buscá-lo.  Se Elias ficava ou não ressentido, não se sabe. Mesmo assim, Walt gostava dessas visitas por causa da esposa de Robert, tia Margaret – a única tia, ele disse, que chamava de “titia”. Ela habitualmente lhe trazia presentes, um grande bloco de desenhos Big Chief e lápis.

Para a maioria das crianças, esses presentes teriam parecido perfunctórios. Para Walt, vieram a representar outra coisa importante que levou de Marceline: uma nascente consciência de si mesmo e o primeiro reconhecimento de seu talento. Walt apreciava artes e afirmou que se interessou pelo desenho “quase ao mesmo tempo em que, pela primeira vez, segurei um lápis”. Mas foi só a partir das visitas de tia Margaret que começou a ser estimulado. “Ela costumava me fazer sentir como se eu realmente fosse um garoto maravilha!”, disse admitindo que tia Margaret tinha “jeito para bajular”.

A felicidade em Marceline só era sabotada por uma coisa: Elias Disney não tinha absolutamente nenhuma aptidão para administrar uma fazenda. As crianças Disney lembram que Flora tinha de colocar manteiga no fundo dos pães que distribuía entre eles para que o pai não visse consumir uma das fontes de renda da família.

Se o dinheiro foi o que derrotou Elias, foi o dinheiro também que separou a família Disney. Em 1907, Herbert e Ray tinham combinado com o tio Robert que plantariam um pouco de trigo em suas terras e, naquele outono, receberam a ajuda de vizinhos para colher a safra. Elias perguntou aos filhos o que pretendiam fazer com o dinheiro e um deles disse que ia comprar um relógio de algibeira. Elias ficou fulo com a concessão de luxo e disse que ele próprio ficaria com o dinheiro para ajudar a pagar a fazenda. “Aquela foi a gota d”água”, disse um vizinho. Naquele mesmo dia, Herbert e Ray retiraram seu dinheiro do banco e, à noite, saíram por uma janela da casa da família e pularam para dentro de um trem ruma a Chicago. A ofensa causada por sus partida foi tão profunda que, quase cem anos depois, membros da família ainda hesitavam em discutir o incidente.

Os irmão foram para Kansas City, onde tio Robert conseguiu um emprego para eles. De vez em quando os dois visitavam os pais em Marceline, mas a ferida nunca fechou completamente. Quando mandavam suas roupas velhas para que a mãe as reformasse para Roy e Walt, Herbert e Ray, às vezes, punham dentro de um bolso um pedaço de tabaco de mascar, sabendo que isso provocaria o moralismo do pai.

Sem a ajuda de Herbert e Ray, a fazenda se tornou um fardo ainda mais pesado. Elias, que trabalhava duro, atribuía as adversidades ao sistema, que forçava os fazendeiros a comercializar as safras por meio de atravessadores e monopólios, que ficavam com os lucros que, ele acreditava, os próprios fazendeiros mereciam. Um mês após a partida de seus filhos, Elias e M.A. Coffman, o vizinho da família, fundaram a seção local da American Society of Equity, que descreviam como um sindicato de fazendeiros. O envolvimento de Elias logo rotulou-o como “radical”, segundo um vizinho.

Mas o radicalismo de Elias era uma desculpa, não um remédio. A fazenda o derrotou. A queda dos preços das safras em todo país o pressionou. Além disso, no início daquele ano, ele caíra doente com febre tifoide ou difteria, o que o deixou fraco e incapaz de trabalhar. Flora estava convencida de que a doença era causada pelas preocupações e insistiu para que vendesse a fazenda. No outono, ele efetuou a venda, e em novembro daquele ano, Elias fez um leilão para vender seus animais e implementos agrícolas.

Os Disney mudaram-se para uma casa pequena, de quatro aposentos, na avenida Kansas para que as crianças pudessem completar o ano escolar enquanto Elias se recuperava. Mas a Marceline em que viviam agora era um lugar muito diferente daquele onde haviam chegado cinco anos antes. Esta Marceline não seria, entretanto, a Marceline que Walt Disney recordaria. Sua cidade era rústica e a se tornaria mais rústica ainda em sua memória. Ele idealizou Marceline. “Sinto pena das pessoas que vivem em cidades grandes durante toda a vida”, disse mais tarde. “elas não têm uma cidadezinha natal. Eu tenho”. Seus sócios diziam que as recordações que Walt tinha da cidade, dos acontecimentos e dos animais eram quase completas.

Como o próprio Disney admitiu, os efeitos de Marceline eram sentidos até mesmo em seus primeiros desenhos animados, na preocupação com a vida na fazenda e com os animais. Era como se Marceline fosse um exemplo de como a vida supostamente deveria ser. Ele estava tentando recriar a cidade. Anos depois falando com grande entusiamos sobre a vida no campo, Walt disse “é um sentimento de liberdade em relação aos animais e às pessoas que vivem lá. Isso é o que se experimenta quando se vai para o campo. Escapa-se do mundo do dia a dia – da hostilidade e da luta. Escapa-se para onde tudo é livre e bonito”. Ele passaria o resto de sua via tentando recuperar essa sensação.

Continua….

Fonte: Walt Disney – O triunfo da imaginação Americana de Neal Gabler, Editora Novo Século.

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